Trabalho clínico didático autismo
Aquelas pessoas que chegam até nós nomeadas sob o significante do autismo, em geral, tem dificuldades para estabelecer um laço social que lhes permita usufruir individual e socialmente daquilo que a sociedade, num tempo determinado, coloca como objetos de satisfação seja do ponto de vista das metas alcançadas, seja do ponto de vista das propriedades. Esta situação faz com que os outros sujeitos da sociedade e mesmo as instituições exerçam voluntaria ou involuntariamente mecanismos de exclusão em relação com aqueles. Assim sendo, nomeados como autistas e excluídos como indivíduos, vivenciam um mal-estar, um sofrimento, uma dor que não faz senão reproduzir e aprofundar a situação na qual foram nomeados sob o significante do autismo.
As dificuldades em estabelecer o laço social tem como
consequências o impedimento leve, moderado ou grave de vivenciar experiências
cognitivas, estéticas ou morais que incluam tanto o outro como diferente,
quanto a alteridade, a contingência e o acaso. Todas essas experiências
constituem o que denominamos de autonomia relativa. Podemos entender as
condutas de cada experiência como um procedimento mecânico ou como o resultado
de um reconhecimento do contexto e uma atitude pragmática e polissêmica. De
acordo com o entendimento dos estudos de lógica contemporânea até os teoremas
matemáticos precisam de uma compreensão pragmática para elucidar seu sentido.
Isto significa que não há sentido literal e unívoco senão um contexto mais ou
menos aberto para dar sentido.
Nossa hipótese é que as condições de possibilidade de
abertura de sentido dependem do modo em que podemos lidar com o outro e a
contingência. Isto é, com o laço social.
Por isso, antes e concomitantemente com o trabalho
didático-pedagógico devemos trabalhar na
constituição do laço social. A constituição do laço social é um trabalho
clínico individual e grupal, específico de cada área e transdisciplinar.
O laço social não é outra coisa que uma economia dos corpos
e da relação entre corpos e objetos perdidos.
Para que o sujeito possa estabelecer o laço social há um
conjunto de elementos que devem ser estabelecidos.
O corpo imaginário
O reconhecimento do outro e do Outro
Para isso propomos uma série de jogos entendidos como
atividades lúdicas que supõem sujeitos que usufruem da atividade e ao mesmo
tempo estão em relação com algo que não é o próprio corpo.
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