A psicanálise lacaniana a partir da diferença com Freud
Freud inventa a psicanálise aos poucos. Como toda ciência, a psicanálise não nasceu pronta nem foi apresentada de forma completa em uma tarde de sol. Primeiro foi a formação científica e laboratorial de Freud, depois os casos clínicos de Charcot que não pareciam se ajustar aos modelos epistemológicos da época, logo a tentativa de elaborar novas hipóteses e dispositivos que permitissem dar um encaminhamento terapêutico àqueles casos, a seguir, as apresentações das histórias clínicas com Breuer e, finalmente, o diálogo com Fliess. Para sermos breves, essa é a base mais elementar do novo método para o tratamento das histerias no final do século XIX. O desenvolvimento dos trabalhos, os novos casos, a participação de outros clínicos de diferentes lugares da Europa, especialmente do centro e do leste europeu, foram colaborando para ampliar a psicanálise como prática clínica e como campo de investigação científica. Diferentes contribuições foram feitas e muitos que se reconheciam estando dentro desse campo foram propondo outros elementos teóricos e outros tipos de tratamento. Melanie Klein, Donald Winnicott, Wilfred Bion entre outros propuseram algumas diferenças em relação com distintos elementos propostos por Freud. Assim, a questão do inconsciente, a transferência, a castração, a angustia, o desejo e os modos de entender uma experiência clínica foi sendo modificada e abrindo novas perspectivas. Nesse horizonte também encontramos as contribuições de Jacques Lacan. Seus primeiros trabalhos aparecem na segunda metade de 1930. Já nos anos 1940 encontramos textos significativos que marcaram o início do que ele chamou de “seu ensino” a partir de 1953 e se encerra próximo da data da morte com 26 seminários, escritos e a carta de dissolução da sua escola.
Propomos
apresentar 9 tópicos que nos permitam dimensionar as contribuições de Lacan em
relação com a psicanálise de Freud. Na metade do século XX, em meio de
diferentes perspectivas psicanalíticas, Lacan propõe um “retorno a Freud”. Este
retorno trata de uma reformulação de diferentes conceitos fundamentais e modos
de entender a clínica.
- O inconsciente freudiano e o lacaniano
- A transferência freudiana e a lacaniana
- A castração freudiana e a lacaniana
- A angústia em Freud e em Lacan
- O desejo e o objeto em Freud e em Lacan
- As formalizações de Freud e as de Lacan
- A lógica em Freud e em Lacan
- A topologia e o sujeito
- Finais de análise e a formação do analista em
Lacan
Referências Bibliográficas Básicas
Lacan,
J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
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Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
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O Seminário 3. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
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O Seminário 5. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.
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O Seminário 7. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
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O Seminário 8. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.
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O Seminário 10. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.
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O Seminário 11. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
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O Seminário 23. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.
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