A pergunta e a resposta sobre a realidade
A pergunta pela
realidade se apresenta filosófica e cotidiana. Desnecessária do ponto de vista
operacional, quando o único que fazemos é subsistir. Inevitável e recorrente do
ponto de vista do funcionamento da linguagem humana e de ocasionais posições de
sujeito que se estranham com aquilo que aparece. Nesse sentido, tudo se passa
como se um curto-circuito ascendesse a possibilidade da interrogação tanto no
dia a dia quanto nas nossas reflexões metafísicas. As respostas podem ser
ociosas ou determinantes para a vida daquele que se interroga e suas
consequências podem ser nulas o indefinidas. Perguntar o que é a realidade pode
parecer um ato de loucura e, ao mesmo tempo, uma declarada tarefa ontológica.
Uma história da
pergunta, dos modos de fazer a pergunta e das respostas acerca da realidade nos
permitiria ver o horizonte no qual apareceram determinadas descobertas,
invenções e maneiras de agir e outras não. O modo de perguntar e responder a
pergunta acerca da realidade em cada época abre um leque de possibilidades de
saber, conhecer e agir que obstaculiza outros. Algo pode ser descoberto,
inventado ou feito segundo o modo que temos de responder à pergunta: o que é a
realidade? Isso vale tanto para explicações cosmológicas ou geográficas quanto
para o desenvolvimento de capacidades técnicas ou políticas. Assim, a realidade
se impõe, enquanto resposta a uma pergunta, e possibilita e obstaculiza
inclusive o modo de reformular a pergunta.
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