Por que nos identificamos?
Abertura: Por que nos identificamos?
Por que nos consideramos iguais a uns e diferentes de
outros? Porque nos apaixonamos por determinadas pessoas, coisas ou ideias? Como
decidimos nossas escolhas, nossos gostos? Por que demonstramos determinados
sentimentos e não outros? O que faz ser o que consideramos que somos? Por que
nos reconhecemos a partir de um nome e de uma história individual, familiar ou
grupal, de gênero, política ou étnica? Por que respondemos individual ou
coletivamente com um sentimento de pertencimento ou, do contrário, de
estranheza?
A identificação aparece como aquilo que nos constitui
tanto individual quanto coletivamente, como “aquilo que se cristaliza numa
identidade”, como vai nos dizer Jaques Lacan na abertura de seu penúltimo
seminário.
No interior da problemática identitária, este livro é
o resultado de um trabalho de investigação com Psicanálise na clínica, na filosofia,
a política, a formação de grupo, as questões de gênero, e a economia. Desde a
crítica da identidade elaborada na filosofia moderna a partir de O
Seminário IX de Lacan, A Identificação, articulamos um
dispositivo conceitual que nos permite reformular a pergunta por aquilo que sou
ou que somos já não desde uma essência, substância ou função lógica e sim desde
a diferença.
Trata-se de oferecer uma crítica à formula tradicional
de entender a individualidade e o grupo, e propor um dispositivo que possa ser
usado para acolher diferentes experiencias de subjetivação. Examinar os
processos de identificação nos permite compreender a forma em que nos
relacionamos com nós mesmos, com os outros, com os ideais e com os objetos.
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