Filosofia na Unicamp: “A lei e o desejo: as condições de possibilidade da experiência ética. De Kant a Lacan”.

 XVII Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da Unicamp

conferência de encerramento

Resumo: Existe um esforço explícito em Freud e em Lacan por elevar a psicanálise no estatuto de um saber científico. Certamente, Freud mostrou que a psicanálise era uma novidade que vinha a destronar o lugar de reinado do sujeito da consciência. Lacan não é omisso no debate e a insistência com a cientificidade da psicanálise aparece na forma de uma aproximação com a lógica e a matemática. Se na primeira tentativa se buscava uma ciência da natureza, na segunda se procura uma formalização (sob o modo das formulas, matemas e grafos). Entretanto, do mesmo modo que os epistemólogos do início do século XX denunciavam a forma e os critérios não-científicos da psicanálise qualquer matemático dirá hoje que aquilo que aparece nos seminários e escritos de Lacan nada tem a ver com o que eles entendem por formalização. Todos terão razão. A psicanálise não podia ser uma ciência da natureza como não pode ser um modo da matemática. Entretanto, entre Freud e Lacan há uma diferença que está além da escolha do modelo de cientificidade malsucedida. Uma psicanálise se compreende como uma ética, como experiência ética da relação do sujeito com o próprio desejo e com as barreiras que separam um do outro. Aqui teremos então três pontos de trabalho. Um é sobre o desejo do analista, sobre o desejo de curar do analista. Os outros dois pontos dizem respeito às noções de sublimação e sadismo. Neste sentido, o que fica é a articulação significante no simbólico e no imaginário por meio do mecanismo da sublimação, de colocar alguma coisa como Coisa, de ficar no prazer, para além da lei, para aquém do gozo.

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