O amor, o espanto e a política.

Os grupos políticos se organizam a partir de demandas comuns e identificações com signos comuns. Esses grupos identitários, mesmo momentâneos, são sustentados por relações afetivas entre os membros. As demandas, os signos e os afetos comuns fecham o grupo e excluem àqueles que não são reconhecidos dentro dessa esfera. O outro é o adversário, o inimigo ou o diferente.
Porém, a lógica da identificação pode ser iniciada não com a demanda mas com o afeto em relação ao excluído: o ódio ao outro que não sou eu.
Jorge Luis Borges escreveu: "não nos une o amor mas o espanto".
Poderíamos pensar como funciona a política organizada desde o ódio. Minha hipótese é que ou não avança para além de uma queixa ou um ato de violência, não entanto, quando avança só conduz à destruição própria e alheia.

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